segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Dr. Kimio - Soluções - Regras de Solubilidade


Regras de Solubilidade

                A regra mais geral de solubilidade diz que:
“Uma substância tende a se dissolver em solventes quimicamente semelhantes a ela”, em outras palavras: “Semelhante dissolve semelhante”.
                De fato, muitas substâncias inorgânicas (ácidos, sais, etc.) se dissolvem na água que é um solvente inorgânico, enquanto que muitas substâncias orgânicas se dissolvem em “solventes orgânicos” (exemplo: parafina comum em gasolina).
                Observando a estrutura das substâncias, a regra geral pode ser reescrita:
                “Uma substância polar tende a se dissolver em solventes polares, uma substância apolar tende a se dissolver em solventes apolares”.
                Em particular, falando das soluções de substâncias inorgânicas em água, que são soluções mais comuns, pode-se dizer que:

                ÁCIDOS INORGÂNICOS
                São quase todos solúveis em água.

                HIDRÓXIDOS INORGÂNICOS
                São insolúveis de água, exceto os de metais alcalinos e o de amônio. Os hidróxidos de metais alcalino-terrosos são pouco solúveis em água.

                SAIS INORGÂNICOS
                Os sais de metais alcalinos e de amônio são quase todos solúveis em água;
                Os nitratos são todos solúveis;
                Os acetatos são todos solúveis;
                Os cloretos, brometos e iodetos são solúveis, exceto os de prata, mercuroso e chumbo;
                Os sulfatos são solúveis exceto os de bário, estrôncio e chumbo;
                Os sulfetos são insolúveis, exceto os de metais alcalinos e de amônio (os de metais alcalino-terrosos sofrem hidrólise);
                Os carbonatos e fosfatos normais são insolúveis, exceto os de metais alcalinos e de amônio.

                ÓXIDOS INORGÂNICOS
                Os óxidos de metais pesados são, em geral, insolúveis em água. Os demais (óxidos alcalinos, alcalino-terrosos e óxidos dos não-metais) reagem com a água.

                SOLUBILIDADE DE GASES EM LÍQUIDOS
                Os gases são, em geral, pouco solúveis nos líquidos. Assim, por exemplo, apenas 19 mL de ar dissolve em 1 L de água, a 20°C e pressão de 1 atm. Entretanto, a solubilidade é maior quando o gás tem “semelhança química” com o líquido.  A solubilidade é também maior quando o gás reage com o líquido, como por exemplo amônia (NH3) e ácido clorídrico (HCl):



            A solubilidade de um gás num líquido depende bastante das condições físicas – temperatura e pressão.
            Aumentando a temperatura, o líquido tende a “expulsar” o gás e, deste modo, sua solubilidade diminui rapidamente.
           Aumentando a pressão sobre o gás, ele tende a se dissolver em maior proporção no líquido. Isto é traduzido pela Lei de Henry:
                “A solubilidade de um gás num líquido é diretamente proporcional à pressão do gás sobre o líquido”.


onde k é uma constante de proporcionalidade que depende do gás, do líquido e da temperatura.
                Se, em vez de um único gás, houver uma mistura gasosa, a Lei de Henry continuará válida desde que se considere a solubilidade de cada gás separadamente, a qual será proporcional à pressão parcial do gás em questão.


Dr. Kimio - Soluções - Curvas de Solubilidade


Curvas de Solubilidade

         Curva de Solubilidade de uma substância é o gráfico que apresenta o coeficiente de solubilidade da substância, em função da temperatura.
           As curvas de solubilidade têm grande importância nas soluções de sólido em líquidos, pois, neste caso, a temperatura é praticamente o único fator físico que influi na solubilidade (e, em geral, influi bastante).


OBS.:     1) Para a maioria das substâncias, a solubilidade aumenta com a temperatura. Estas substâncias dissolvem com absorção de calor, fazendo com que a solução esfrie. A solubilidade pode aumentar pouco com o aumento da temperatura (NaCl, gráfico acima), pode aumentar muito com a temperatura (KNO3, gráfico acima).
           2)  Há um menor grupo de substâncias cuja solubilidade diminui com a temperatura (Ce2(SO4)3, gráfico acima).
                       3)  Há certas substâncias, cujas curvas de solubilidade apresentam pontos de inflexão. No gráfico acima, a substância Na2SO4, possui um ponto de inflexão, isto é, ponto onde a curva muda a inclinação. Para o sulfato de sódio (Na2SO4), a temperatura de 32,4°C é o ponto em que há mudança na estrutura da substância; como a partir desta temperatura há uma nova estrutura, o comportamento da solubilidade é diferente, por isso há uma curva diferente, com nova inclinação. A reação pode se representada por:



                       No gráfico abaixo esta representada a curva de solubilidade do cloreto de cálcio com suas reações, esta substância apresenta dois pontos de inflexão, pois sofre duas reações de desidratação no intervalo de temperatura do gráfico.




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Dr. Kimio - Soluções - Coeficiente de Solubilidade


Coeficiente de Solubilidade

                Coeficiente ou Grau de Solubilidade é a quantidade de uma substância (em geral, em gramas) necessária para saturar uma quantidade (em geral 100 g, 1000 g ou 1 litro) de um solvente, em determinadas condições físicas de temperatura e pressão.

                Exemplos:  357 g NaCl (cloreto de sódio) por litro  de água a 0°C;
                                   1220 g AgNO3 (nitrato de prata) por litro de água a 0°C;
                                   2 g de CaSO4 (sulfato de cálcio) por litro de água a 0°C.

                Quando o coeficiente de solubilidade é praticamente nulo dizemos que a substância é “insolúvel”; por exemplo,  AgCl (cloreto de prata) 0,014 g / L. Quando lidamos com dois líquidos diz-se que são líquidos imiscíveis como água e óleo.
                        Quando o coeficiente é infinito, dizemos que as substâncias são “totalmente miscíveis” ou “infinitamente solúveis”; como acontece com água e álcool etílico, que se misturam em qualquer quantidade.

Dr. Kimio - Soluções - Classificação das Soluções


Classificação das Soluções

1)      De acordo com o estado de agregação da solução:
a)   Soluções sólidas: liga metálica cobre-níquel;
b)   Soluções líquidas: sal-água;
c)    Soluções gasosas: ar atmosférico.

2)      De acordo com os estados de agregação do soluto e do soluto:
a)    Soluções sólido-líquido: sal-água;
b)   Soluções líquido-líquido: álcool-água;
c)    Soluções gás-líquido: gás carbônico em bebidas gaseificadas;
d)   Soluções gás-gás: todas as misturas gasosas;
e)   Soluções sólido-sólido: liga metálica cobre-níquel.

3)      De acordo com a natureza das partículas dispersas:
a)    Soluções moleculares: açúcar-água (moléculas de açúcar  dissolvidas em água);
b)   Soluções iônicas: sal-água (íons sódio e cloro dispersos em água).

4)      De acordo com a proporção entre soluto e solvente:
Adicionando aos poucos sal à água, com temperatura constante e sob agitação contínua, verifica-se que, em dado momento, o sal não se dissolve mais na água, mas se deposita ou “precipita” no fundo do recipiente. Neste ponto, diz-se que a solução está saturada ou que atingiu o ponto de saturação.
O ponto de saturação depende do soluto, do solvente e das condições físicas – a temperatura sempre influencia e a pressão passa a ser importante em soluções onde existam gases.
OBS.: o fato de uma solução estar saturada com um soluto (sal, por exemplo) não a impede de dissolver o outro soluto (açúcar, por exemplo).
Assim, em função do Ponto de Saturação, classificamos as soluções em:




     A solução saturada corresponde ao “limite de estabilidade”, ao passar deste limite (adição de mais soluto) forma-se solução supersaturada que é sempre instável. Basta uma pequena agitação na solução supersaturada ou uma simples adição de um pequeno cristal de soluto (germe de cristalização) para que todo o excesso de soluto precipite, voltando a solução ao ponto de saturação.
    A solução supersaturada pode ser formada pela adição de soluto à solução mediante aquecimento, deixando-a resfriar lentamente.
  Quando a solução supersaturada volta a ser saturada, o precipitado (excesso de soluto que é separado da solução) pode receber dois nomes: corpo de fundo (quando o soluto possui maior densidade e fica no fundo) ou sobrenadante (quando o soluto possui menor densidade e fica na superfície da solução).



Dr. Kimio - Soluções - Definições


Definições
                   Soluções verdadeiras (ou somente soluções) são misturas homogêneas de duas ou mais substâncias.
                    As soluções podem ter seus componentes separados por Processos Físicos de Separação.
                   Nas soluções, o disperso recebe o nome de soluto ou dissolvido, o dispersante o nome de solvente ou dissolvente. Assim, por exemplo, quando dissolvemos o sal comum em água, o sal é o soluto e a água o solvente.
                 No entanto, nem sempre é fácil distinguir o soluto e o solvente de uma solução; é o que acontece numa solução água-álcool. A regra geral é então considerar como soluto a substância que aparece em menor quantidade. Em soluções gasosas, entretanto, não há interesse em distinguir o soluto do solvente e, então, todas as substâncias são chamadas indistintamente de componentes da solução.


domingo, 10 de janeiro de 2016

Dr. Kimio - Soluções - Introdução


INTRODUÇÃO

                               Usa-se o termo Dispersão para sistema em que há uma, ou mais, substâncias disseminadas (difundidas, misturadas) sob forma de pequenas partículas numa segunda substância.
                               Estas duas substâncias recebem nomes especiais, a primeira substância, que foi disseminada, chama-se Disperso ou Fase Dispersa, a segunda chama-se Dispersante ou Fase de Dispersão.

                               CLASSIFICAÇÃO DAS DISPERSÕES:


                               As dispersões são classificadas, comumente, segundo o tamanho médio das partículas dispersas.


Características principais dos Principais Sistemas Dispersos:
Características Soluções
Verdadeiras
Soluções
Coloidais
Suspensões
Sedimentação das
partículas dispersas
Não
há sedimentação
de nenhum modo
Há sedimentação,
utilizando ultra-centrífugas
Há sedimentação espontânea
ou com uso de centrífugas comuns
Separação das partículas
dispersas por filtração
Não é possível
a separação
Há separação
utilizando, ultra-filtros
Há fácil separação por uso
de filtros comuns
Visibilidade das
partículas
As partículas, não são
vistas por nenhum processo
As partículas são visíveis
ao ultra-microscópio
As partículas são visíveis
ao microscópio comum

OBS.:   Ultra-centrífuga – é uma centríguga de alta rotação;
             Ultra-filtro – é um filtro com porosidade extremamente fina;
             Ultra-microscópico – é um microscópio óptico comum, de boa qualidade, onde as partículas em observação são fortemente iluminadas por um lado e observados contra um fundo escuro, para aumentar o efeito de contraste (efeito Tyndall).


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Dr. Kimio - Caso específico: Excesso


Questão: calcule a massa de água formada pela reação de 5 mols de gás oxigênio com 69 g de etanol.



1º) Calcular a massa molar do C2H6O;

                                               C2H6O: 12 x 2 + 1 x 6 + 16 = 46 g/mol

                       2º) Converter 138 g de etanol para mol;

                                               1 mol etanol → 46 g de etanol
                                                         X        → 69 g de etanol
                                                            X = 1,5 mols de etanol

                            
3º) Retirar a relação entre os reagentes da equação balanceada;


                               Da equação: a reação de 1 mol de C2H6O reagem com 3 mols de O2.
                  4º) Montar Regra e Três com as quantidades dos reagentes dadas para verificar se há excesso de algum reagente;
                                               1 mol C2H6O    → 3 mols O2
                                               1,5 mol C2H6O →     Y
                                                               Y = 4,5 mols O2 irão reagir com os 1,5 mols C2H6O.

                                O resultado indica que ao reagir 1,5 mols de C2H6O serão gastos 4,5 mols de O2. Como há 5 mols de O2, este reagente está em excesso; assim, quando reagir 4,5 mols de O2 serão gastos 1,5 mols de C2H6O e a reação cessará. Como o C2H6O será totalmente consumido e fará com que a reação pare, este reagente é chamado Reagente Limitante. A quantidade de O2 disponível é maior do que a necessária, por isso este reagente é chamado Reagente em Excesso.

                       5º) Calcular a quantidade de produto formado;

                          Como a duração da reação é limitada pela quantidade de C2H6O disponível (reagente limitante), usa-se este reagente para calcular a quantidade de produto formado.
                                               1 mol C2H6O    → 3 mols H2O
                                               1,5 mol C2H6O →     Z
                                                               Z = 4,5 mols de H2O são formados.

                       6º) Transformar 4,5 mols de H2O em massa utilizando massa molar da água;

                                               H2O: 1 g x 2 + 16 g = 18 g/mol
                                                         1 mol H2O → 18 g de H2O
                                                     4,5mols H2O → W
                                                               W = 81 g de H2O serão formados.


Dr. Kmio - Caso específico: pureza


Questão: qual a massa de etanol consumida ao se produzir 1,5 mols de água, sabendo que o etanol tem 90% de pureza?

1º) Calcular a massa molar do C2H6O;

                                               C2H6O: 12 x 2 + 1 x 6 + 16 = 46 g/mol

                            2º) Retirar a relação entre os componentes da equação balanceada;




                                              Da equação: a reação de 1 mol de C2H6O formam 3 mols de H2O

                               3º) Montar regra de três com as quantidades;

                                               46 g de C2H6O (1 mol)   →   3 mols de H2O
                                                                     X                →   1,5 mols de H2O
                                                                              X = 23 g de etanol serão consumidos.

                               4º) Ajustar a quantidade de etanol a ser consumida de acordo com  pureza;

                                         A pureza do etanol é 90%, isto significa que numa amostra de 100 g deste etanol, temos 90 g de etanol e 10 g de impureza, com isso monta-se uma regra de três para determinar a quantidade de etanol impuro que deve ser usado para garantir que haja os 46 g de etanol para a reação:
                                               100 g amostra → 90 g de etanol
                                                          Y          → 23 g de etanol
                                                                          Y = 25,6 g de amostra devem ser usados na reação.